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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Humanidades

Eu compro livros compulsivamente. Eu não consigo nunca ler a terça parte dos meus livros. Acho muito bom quando encontro alguém que se interessa por eles.

Os meu amigos; as pessoas que amo; eu sei que elas seguem e eu fico sempre pelo caminho. Meus caminhos são muito interiores, e são muitas as distrações das estradas por onde minha alma se envereda.

Tenho muitos laços e amarras todas... Sofro de loucos rompantes, tão renovadores quanto destrutivos. Achos que eles vêm da minha alma adolescente (retardada); morrem no mundo real, constituído da loucura coletiva legitimada nos costumes e na aparente paz das coisas que nunca mudam.

Minha única liberdade é escrever. Liberdade relativa. Liberdade vigiada. Ninguém me libertará de ser livre. Nunca expressarei o que o meu ser desejaria expressar se tivesse sido. Não somos; estamos. E nossa estada é muito breve. Luto contra o abismo entre o sentir e o pensar e o dizer.

Não devo fidelidade a nenhum gênero. Filio-me, por amor, à poesia; às vezes penso que eu  e a poesia somos uma só entidade. Filio-me, pela dor, à poesia; meus versos sangram dores universais, feridas da  cruz de ser "humana demasiado humana", de maneira particular e provinciana. Filio-me pela alegria à poesia; nas noites em que a lua branca me fazem mulher de alma nua, mas isso quase nunca se reflete nos meus versos. Viver a alegria é sempre muito urgente; quase não dá pra escrever. Falta papel, falta caneta; sobra ânsia de brincar, sorrir, falar, dançar.

Eu perco os prazos no trabalho. Sou feliz à vista, choro à prazo.

Agora mesmo deveria estar me preparando para ir trabalha, e vejam só o que estou fazendo...


Anabe Lopes






"Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivermos como nossos pais."

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